Cinema – Filmes como Charles Chaplin, comédias, Bang- Bang e seriados movimentaram o cinema na cidade de “Cordeiro”, forte motivo de grandes encontros para os moradores na época na década de 40

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“Retratos do Passado”

Cordeirópolis – Filmes como Charles Chaplin, comédias, Bang- Bang e seriados movimentaram o cinema na cidade de “Cordeiro”, forte motivo de grandes encontros para os moradores na época na década de 40.

Loja Barbosa (3)

 

O Portal JE10 traz mais uma narrativa histórica de Cordeirópolis. Desta vez o cinema. O Jornal Expresso trouxe uma edição especial em fevereiro de 2008. Entrevistou alguns moradores que fizeram parte da época do auge do cinema. Como forma em abranger mais este importante histórico, o Portal republica esta edição de 2008. Relembre em “Retratos do Passado”.

 

Com mais de 100 anos de existência, o cinema brasileiro já produziu milhares de filmes e conquistou muitos prêmios internacionais. Com origem em 1896, apenas sete meses depois da histórica exibição dos filmes dos irmãos Lumière em Paris, realiza-se, no Rio de Janeiro, a primeira sessão de cinema no país e em 1923 a produção – que limitava-se ao Rio de Janeiro e São Paulo – estende-se a Campinas (SP). A Hollywood Brasileira começa a partir dos anos 30 com comediantes como Oscarito, Zé Trindade, Grande Otelo e Dercy Gonçalves, que dominam o mercado até meados de 1950, época que predominou a chanchada, produções com baixo custo e grande apelo popular.

 

Cordeirópolis – Filmes sem som, como Charles Chaplin, comédias, Bang- Bang e seriados movimentaram o cinema na pequena cidade de “Cordeiro”, forte motivo de grandes encontros para os moradores na época. De acordo com Humberto Luiz de Araújo, que atuou como voluntário nas propagandas dos filmes por mais de dez anos, o “Cine Paulista” foi inaugurado em 29 de março de 1946. Grandes nomes de filmes e astros eram vindos de trens através das linhas férreas da Cia Paulista pela empresa da época Esteves Jr. que também era responsável pelos cinemas “Cine Central” de Limeira e “Santa Helena” de Araras.

 

“O Cine Paulista foi fechado em julho de 1965, mas antes disso ele teve uma reinauguração com o filme “Laura” em 1952”, contou Humberto de Araújo. Ele explicou ainda que a companhia dos filmes Esteves Jr. atuou até 1955 e a partir desta data passou para a Empresa Paulista de Cinema seguindo até 1965, onde Cine Marrocos adquiriu a concessão.

 

“Aos poucos foi terminando o cinema com a chegada da televisão e o local foi usado algumas vezes pelo teatro de Manoel Loureiro, até que em 1981 foi derrubado o prédio. Lembrar desta época só me traz saudade, pois era maravilhosa, onde as pessoas se encontravam pra assistir os filmes e seriados”, falou emocionado ao se recordar.

 

Projeção – Carlito Gardezani, trabalhou na projeção dos filmes de 1952 até 1959, quando se mudou para São Paulo, onde foi trabalhar e estudar. De sua época de projeções ele conta que atuava em dupla junto com o amigo Bernardino (Beca) e detalha a forma que projetavam os filmes.

“As películas chegavam de trem em latas redondas com cinco ou seis partes. Para tirá-las de lá era preciso saber pegar o rolo de filme. A lata era colocada de pé, com jeito, tinha sua ponta encaixada e presa a bobina que ia passar. Tinha que ser com muito cuidado, por que se saísse o filme estávamos perdidos pra enrolar tudo. Ele era colocado de ponta cabeça, para que na hora que a luz batesse transmitia as imagens certas”, explicou Gardezani.

 

Última sede do cinema em Cordeirópolis, rua Sete Setembro, atualmente está a Acorac.

 

 

O aposentado conta ainda que eram duas máquinas que faziam a projeção das marcas “Simplex” e “Triunfo. Mas como saber quando era a troca de uma parte do filme ? O aposentado conta ainda:

“Quando faltavam uns 50 metros para terminar uma parte do filme, cerca de um ou dois minutos aparecia um sinal no canto da tela para o operador ligar a outra máquina. Era tudo conjugado, fechava um e abria o outro projetor e o telespectador nem percebia”.

 

Ajudantes da época do Cinema

Gerência – Moacyr Dias, João “Carniceiro” e Orlando de Lucca; (in memorian)

Bilheteria – Idalina Martins (in memorian) e Helena de Lucca Girardi

Portaria – Antonio Danezin, Antonio Tamiazo, Claudemir Calderaro, Vergílio Danezin e Adelino Gardezani.

Propaganda – Antonio Luiz de Araújo, Lúcio Gabriel e Humberto Luiz de Araújo.

 

Operadores de Projeção – Oneri Teodoro de Lima, Armando Pink Jr, José Lacerda, Agnaldo Dias, José de Lucca, Milton Gonçalves, Manoel de Souza Loureiro, Orlando de Lucca, Antonio Fabris, Odécio Luiz de Araújo, Cezar Fabris, Bernardino Botechia, Carlito Gardezani e João Fabris.

Esta reportagem saiu no Jornal Expresso em fevereiro de 2008.

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