A administração do prefeito Amarildo Antonio Zorzo chega a sua reta final. Faltam apenas nove meses para ela acabar e seis meses para as eleições.
Sofrendo a debandada de seus aliados – PSDB e PPS – já declararam que devem estar fora da coligação para a tentativa dele de reeleição e bastante contestada nas ruas da cidade, a administração de Zorzo coleciona problemas nesses três anos de mandato.
O JE10 fez um levantamento dos principais erros e falhas que ele teve nos três anos à frente do executivo municipal. Uma paródia com o famoso jogo dos sete erros.
ERRO Nº 1 – REFORMA NA PRAÇA DA MATRIZ
Era para ser a primeira obra da nova administração. Mais de R$ 1,5 milhões aplicados na reforma do cartão postal da cidade.
A praça toda cercada de tapumes e quando abre.... cadê???
Pouca coisa mudou e o pior, construção de acabamento inferior e com vários defeitos.
O que não falta é pedrinha do calçamento se soltando.
ERRO Nº 2 – AGONIA DA FACULDADE MUNICIPAL
Ela já chegou a ter quase mil alunos estudando gratuitamente, funcionando em três endereços diferentes. Um terreno foi comprado pela Prefeitura para ser a futura sede, projeto pronto e muito badalada. Na foto, a abertura de um dos anos letivos.
Hoje, não chega a 100 alunos. Estudantes desanimados. Professores-tutores sendo demitidos. Sem perspectiva de abertura de novas turmas. Clima de fim de feira.
Há quem diga que são as circunstâncias. Tem quem diga que o prefeito não quer alimentar uma realização de seus adversários políticos.
O fato é que o sonho está acabando!
ERRO Nº 3 – A FALTA DE ÁGUA
A crise hídrica afetou todo mundo e tem mais relação com o clima do que com o atual prefeito.
A forma como se tratou dela é que é o problema. Cordeirópolis foi uma das primeiras cidades a entrar no racionamento e uma das últimas a sair. Aliás, por decreto a calamidade pública no abastecimento de água na cidade foi até 21 de janeiro de 2016.
Foram quase 20 meses, um tempo muito maior que a crise hídrica que durou oito meses. Primeiro, racionar. Demorou muito para achar fontes alternativas de água. E olha que elas existiam aos montes na cidade. Estavam bem pertinho, na Represa do Barro Preto, no Bombocado.
Se quisesse ir um pouco mais longe era só pegar água próximo a Fazenda Santa Tereza. Aliás, Limeira fez isso. 60% do abastecimento da cidade de 300 mil habitantes vem de águas que nascem em Cordeirópolis.
Aliás Limeira, Santa Gertrudes e Rio Claro não passaram por racionamento. Aqueles que tiveram que racionar, a alternativa radical não durou tanto assim.
Passada a crise hídrica, frequentemente a população se defronta com problemas no tratamento de água. O fantasma da água amarelada voltou a rondar a cidade.
Isso, fora os constantes aumentos na tarifa, bem acima da inflação.
ERRO Nº 4 – CRECHE QUE NUNCA ACABA
A obra foi autorizada pelo Governo Federal em 2011. Era para se entregue em 2012. Chegou-se a cogitar em devolver o dinheiro. Ficou naquele vai num vai.
Dois anos depois, a Prefeitura fez finalmente a licitação. Era o início da administração Zorzo em 2013. A mesma empreiteira da praça da matriz. Ficaria pronta no início de 2014.
Estamos em 2016, uma empreiteira abandona a obra. A outra assume. E...falta pouca coisa, mas nada de obra pronta.
Uma boa notícia é que as crianças que estavam esperando a vaga na nova creche em 2012 já estão no primeiro ano aprendendo a ler.
Pra piorar, uma missão de vereadores na época da obra denunciou que a estrutura não é lá essas coisas, não.
E é uma creche.
ERRO Nº 5 – O VAI E VEM DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO
O deputado veio e anunciou. Outro deputado veio e anunciou. O terceiro deputado veio e anunciou. O governador veio e anunciou. O ex-prefeito anunciou. O prefeito anunciou. O....papa não veio aqui não.
Era para ser inaugurada em 2014. Depois de vários anúncios. Obra começa, obra para. Obra recomeça, obra para.
Aquela que deveria ser a grande marca da administração Zorzo está arriscada a se transformar no grande mico.
ERRO Nº 6 – ANEL VIÁRIO QUE DEU ERRADO
Essa história ficou famosa: Salvador em 2010. Um túnel e um viaduto começaram a ser construídos desde 2005 por duas empreiteiras. Acabou as duas obras milionárias e...algo deu errado. O túnel e o viaduto deviam se encontrar, mas alguém errou o cálculo. Um errinho básico de uns 30 metros, que custou mais R$ 30 milhões na época.
Cinco anos depois a história se repete. Depois de vários anúncios (desde 2005) a Prefeitura faz a primeira etapa do anel viário. Um trecho que representa cerca de 15% da obra total.
O trecho deveria se conectar a rotatória da rodovia SP 316 que está sendo construída pelo Governo do Estado. Mas, a rotatória foi construída num lugar e o anel viário saiu uns 150 metros adiante.
ERRO Nº 7 – INCHAÇO DA MÁQUINA
Muita gente votou em Zorzo em 2012 querendo escolher um administrador para a cidade. Com poucos amigos, fama de austero, formado em administração, ele seria ideal para colocar a casa em ordem. Mas, algo deu errado....
De início escolheu seus Secretários e diretores com critérios políticos e principalmente quem o apoiou na eleição.
Muito suscetível a pressões, começou a contratar sem parar. Inchou mais ainda a máquina pública. A Prefeitura, autarquias e terceirizadas chegaram a impressionantes 1.300 funcionários. A folha de pagamento estourou o limite da Lei de Responsabilidade Fiscal e ele corre o risco de ter suas contas rejeitadas e ser até mesmo cassado.
Sabe aquela coisa: cachorro de muito dono morre de fome. Pois é, vários setores da Prefeitura estão assim. Com muita gente, um deixa pro outro e os serviços acabam sendo paralisados. O desânimo é geral.
Para piorar o estilo centralizador e de poucos amigos, faz com que a sua equipe não se sinta motivada. Vários já saíram e todos com palavras pouco elogiosas para seu estilo de administrar.
Um ex-secretário comentou que ficou durante dias trabalhando num projeto. Todo entusiasmado apresentou ao prefeito Zorzo. Suas ideias foram recebidas com frieza e palavras de desestímulo.
Semanas depois foi surpreendido com o prefeito anunciando numa reunião que teve a ideia de fazer isso e aquilo – justamente o seu projeto – porém sem dar crédito ao secretário, dizendo ser uma ideia sua.
Depois daquele dia, decidiu sair da equipe.
Descontando que quem sai, não sai contente, fica a marca de um prefeito ausente, que fica trancado em seu gabinete e que não valoriza as realizações de sua equipe.
Aliás, essa ausência nas ruas, nos eventos e na vida da cidade fez alimentar a lenda – não confirmada – de que ele passa parte de seus dias numa casa em Limeira.