Na manhã desta sexta-feira (14), o Sindicato dos Trabalhadores da Construção e do Mobiliário de Limeira e Região (SITICECOM) realizou uma assembleia com os funcionários da Cerâmica Artec para definir alternativas diante da crise enfrentada pela empresa. Com salário e diversos benefícios atrasados e sem previsão de retorno das atividades, foi apresentado aos trabalhadores a opção por rescindir seus contratos para garantir acesso imediato a benefícios como FGTS e seguro-desemprego.
Cerca de 40 funcionários compareceram à reunião, onde o presidente do sindicato, Ademar Rangel da Silva, afirmou que a empresa aceitou a proposta de rescisão.
“Para quem desejar, essa é a forma mais rápida de solucionar um problema que se arrasta há meses. O sindicato está à disposição para garantir os direitos dos trabalhadores e também para auxiliar no encaminhamento a outras empresas que tenham vagas”, declarou.
Além disso, o advogado do sindicato, Anderson Silva, explicou que a entidade já colocou medidas para resguardar os direitos dos funcionários, com a penhora de bens dos proprietários da Artec. “Com isso, garantimos uma parte dos direitos trabalhistas de forma mais rápida. O restante será decidido na Justiça, mas já tomamos notas para que os trabalhadores não fiquem completamente desamparados”, destacou.
Funcionários enfrentam meses sem pagamento
Atualmente, cerca de 120 funcionários da Artec estão sem receber. Enquanto alguns enfrentamentos salariais desde setembro, outros não veem pagamento desde janeiro. Além disso, há pendências no pagamento do vale-alimentação e o FGTS não é depositado há anos.
Os trabalhadores interessados em formalizar a rescisão contratual deverão procurar o sindicato para dar início aos trâmites.
Histórico de problemas
A crise na Cerâmica Artec se arrasta há anos. Em maio de 2024, cerca de 200 funcionários protestaram na porta da empresa cobrando pagamentos atrasados e denunciando a suspensão do vale-alimentação, o não depósito do FGTS desde 2022 e o cancelamento do plano de saúde. A empresa chegou a prometer a regularização da situação e retomou a produção por apenas 10 dias, mas voltou a paralisar as atividades.
Muitos funcionários já rescindiram seus contratos ao longo do ano passado, enquanto outros estavam preocupados com a expectativa de um retorno. No entanto, com a ausência de um posicionamento definitivo da empresa, a alternativa encontrada pelo sindicato foi a rescisão coletiva.
O Portal JE10 segue acompanhando a situação e traz novas informações sobre o andamento das rescisões e as próximas ações do sindicato.
