Após receber diversos questionamentos de usuários sobre a falta de determinados medicamentos, o Portal JE10 entrou em contato com a assessoria de imprensa da Prefeitura. Em resposta, a Secretaria de Saúde informou que os medicamentos que não fazem parte da REMUME (Relação Municipal de Medicamentos) ou da RENAME (Relação Nacional de Medicamentos Essenciais) supostamente não serão mais fornecidos. Com essa decisão, a responsabilidade pelo fornecimento passa a ser exclusivo do Estado e da União , e os pacientes que dependem dessas soluções precisarão buscar alternativas para adquiri-los. Salientamos que o município não é obrigado a dar esses medicamentos que não estejam na lista, cabe a atual gestão analisar.
A medida afeta diretamente aqueles que utilizam medicamentos não padronizados nessas listas, o que pode gerar prejuízos para pacientes que já fazem tratamento contínuo com essas substâncias. Segundo informações apuradas, a administração municipal justificou a decisão alegando necessidade de adequação orçamentária e alinhamento com a legislação vigente. No entanto, uma mudança pode causar transtornos, principalmente para quem não tem condições financeiras de arcar com os custos dos remédios ou não encontra a mesma medicação na rede estadual ou federal.
O que muda para os pacientes?
Com a nova regra estabelecida pela pasta, qualquer remédio que não esteja listado na REMUME ou na RENAME supostamente não será mais comprado pela Prefeitura. Pacientes que utilizam esses medicamentos pelo abastecimento municipal precisam buscar diretamente na rede estadual ou federal, o que pode significar maior burocracia e atrasar o acesso ao tratamento.
A decisão já começou a gerar preocupações entre usuários cordeiropolenses, principalmente aqueles que fazem tratamentos contínuos para doenças crônicas. Muitos alegam que, caso uma medicação não seja disponibilizada pelo Estado ou pela União, terá que recorrer à compra específica, o que pode comprometer a renda de diversas famílias.
Busca de informações
Conforme o Portal JE10 já destacou no inicio dessa reportagem, foram vários recebimentos de internautas relatando que a Prefeitura não está fornecendo mais certos medicamentos. Buscamos esclarecimentos sobre os motivos dessa decisão, se há um prazo para o retorno do fornecimento e se existem alternativas disponíveis para os pacientes.
A Secretaria de Saúde informou que supostamente não comprará mais remédios que não estejam padronizados na REMUME ou na RENAME , sendo de responsabilidade do Estado e da União, ou seja, os pacientes terão que buscar alternativas, seja adquirindo os medicamentos por conta própria ou solicitando via judicial.
Ainda segundo a pasta, desde outubro de 2024, os medicamentos que eram padronizados pela REMUME não foram comprados. Além disso, a prefeitura renegociou uma dívida de R$ 498 mil com fornecedores de medicamentos. Agora, a REMUME está sendo atualizada pela equipe médica da pasta.
A redação também entrou em contato com a gestão anterior , que explicou que as compras de medicamentos sempre eram paralisadas no final de outubro para fechamento do orçamento e prestação de contas, mas que os processos eram retomados normalmente em janeiro.
Investimentos nos últimos anos
Buscando mais informações no Portal da Transparência , o Portal JE10 traz os valores destinados à assistência farmacêutica ao longo dos anos que foram os seguintes:
- 2015 a 2018 – Entre R$ 600 mil e R$ 800 mil por ano (dados não disponíveis no sistema atual, fornecidos por uma fonte não oficial).
- 2019 – R$ 1,3 milhões
- 2020 e 2021 – R$ 2,8 milhões/ano
- 2022 – R$ 3,8 milhões
- 2023 – R$ 3 milhões
- 2024 – Aproximadamente R$ 3 milhões
- Previsão para 2025 – R$ 2,1 milhões
A queda no orçamento para compra de medicamentos em 2025 levanta dúvidas sobre como será feita a reposição de medicamentos essenciais para os usuários na cidade.
Lista de medicamentos:
Antidepressivos / Ansiedade
- Desvenlafaxina – Tratamento da depressão e transtornos de ansiedade.
- Duloxetina – Usado para depressão, ansiedade generalizada e dor neuropática.
- Zolpidem – Medicamento para insônia, atua como indutor do sono.
- Lamotrigina – Tratamento de transtorno bipolar e epilepsia.
Estomacais / Problemas gastrointestinais
- Ezomex (Esomeprazol) – Reduz a acidez do estômago, usado para refluxo e úlceras.
- Pantoprazol – Indicado para gastrite, úlcera gástrica e refluxo gastroesofágico.
- Vonau – Para náuseas e vômitos.
Diabetes
- Janumet – Controle do diabetes tipo 2.
- Jardiance – Medicamento para controle da glicemia em diabéticos tipo 2.
Colesterol / Sistema Cardiovascular
- Rosuvastatina (Rosucor) – Redução do colesterol ruim (LDL) e triglicérides.
- Olmesartana Medoxomila – Medicamento para pressão alta e insuficiência cardíaca.
- Xarelto – Anticoagulante para prevenção de trombose e AVC.
- Metoprolol – Betabloqueador usado para tratar hipertensão, angina e arritmias cardíacas.
Dor Neuropática / Convulsões
- Pregabalina – Tratamento de dor neuropática, epilepsia e fibromialgia.
- Lamotrigina – Também indicada para epilepsia e transtorno bipolar.
Medicamentos que ainda podem ser solicitados
- Varicoss – Disponível na rede pública.
- Metoprolol (50 mg) – Padronizado, mas a Prefeitura aguarda a coleta do fornecedor.
- Metoprolol (25 mg) – Disponível no Programa Farmácia Popular .
- Lamotrigina – Necessita de preenchimento de formulário para solicitação na Farmácia Central.
E agora, como proceder?
Se você faz uso de um dos medicamentos não padronizados, deve procurar alternativas como:
Procure a Farmácia Central para verificar a disponibilidade e preencher formulários de pedido para medicamentos de alto custo.
Buscar o remédio pela Farmácia Popular , caso ele esteja disponível no programa federal.
Comprar o medicamento em farmácias particulares.
Judicializar o pedido, caso seja um medicamento essencial e indisponível na rede pública.
Uma situação preocupante, já que o custo desses medicamentos pode ultrapassar R$ 200 por unidade, impactando diretamente o bolso dos usuários.
O Portal JE10 segue acompanhando o caso e traz mais informações sobre os impactos dessa medida na população.