Agricultores de Cordeirópolis denunciam corte abrupto no fornecimento para as escolas municipais
A decisão da Prefeitura de Cordeirópolis de “interromper” o fornecimento de hortaliças, legumes e frutas pelos agricultores locais e contratar uma empresa de fora da cidade gerou revolta entre produtores e até pais de alunos.
O QUE MUDOU?
Por mais de 10 anos, cerca de 23 agricultores do município garantiam alimentos frescos e de qualidade às CEIs e escolas municipais, com uma receita anual aproximada de R$ 800 mil circulando diretamente na economia local. No entanto, sem qualquer explicação, o fornecimento foi suspenso, e a administração contratou uma empresa externa para assumir a distribuição.
Segundo denúncias, a troca afetou a qualidade da merenda, já que o novo fornecedor realiza entregas apenas uma vez por semana, ao contrário dos agricultores locais, que garantiam abastecimento diário e possibilidade de trocas imediatas quando necessário.
AGRONEGÓCIO LOCAL ESCANTEADO: QUAIS CRITÉRIOS FORAM USADOS?
A situação levanta um questionamento: se pode contratar uma empresa de fora, por que não continuar com os agricultores da cidade, que sempre atenderam às exigências legais e garantiam alimentos frescos para os alunos?
A mudança também desrespeita a Lei Federal nº 11.947/2009, que determina que pelo menos 30% da alimentação escolar deve vir da agricultura familiar. Em Cordeirópolis, esse percentual era quase 100%, devido à excelência do serviço prestado pela cooperativa local.
Agora, a Prefeitura “quebrou” o contrato sem justificativa clara, deixando dezenas de famílias sem essa fonte de renda e prejudicando o pequeno produtor rural.
“INVESTIMOS PARA NADA?”
Um dos agricultores afetados, que preferiu não se identificar, desabafou:
“Nós nos organizamos, formalizamos uma cooperativa para atender às exigências da lei. Sempre entregamos alimentos frescos e de qualidade, e de uma hora para outra, ficamos sem resposta. Enquanto isso, uma empresa de fora, que nem conhecemos direito, está fornecendo no nosso lugar. Como fica o nosso sustento?”
A falta de respostas da Prefeitura levanta suspeitas: quais foram os critérios para essa mudança? Quem está se beneficiando com isso?
RECLAMAÇÃO DA QUALIDADE DOS ALIMENTOS
A mudança na distribuição também impactou diretamente as cozinhas das escolas. Segundo relatos, as merendeiras estão insatisfeitas, pois os alimentos não chegam com a mesma frequência e qualidade de antes. Como a entrega acontece apenas uma vez por semana, os produtos têm maior risco de perdas e desperdícios.
PORTAL JE10 COBRA RESPOSTAS
O Portal JE10 seguirá acompanhando o caso e cobrando um posicionamento da administração municipal. A população precisa saber por que os agricultores da cidade foram excluídos sem explicação e quais medidas serão tomadas para corrigir essa decisão que impacta diretamente o setor agrícola e a merenda escolar.

Foto: Arquivo JE10