Após mais de 7 décadas, Cordeirópolis recebe novos imigrantes. Na mala a saudade, a esperança do novo e do recomeço. Veja as ações do município e os desafios para essa nova onda imigratória comandada por venezuelanos e haitianos
“Onu manifesta profunda preocupação com crise no Haiti (Reuters, nov. 2019). “Manifestantes voltam às ruas do Haiti para exigir renúncia do presidente (Exame.com, out. 2019). “Haiti é a face mais visível da falência da Petrocaribe chavista (Jornal O Globo, out. 2019). “Militares de Maduro impedem que Venezuela repita Bolívia” (Exame.com, nov. 2019). “Apoiadores de Juan Guidó invadem embaixada da Venezuela em Brasília” (G1.com, nov. 2019). “Venezuela recebe aviões carregados de dinheiro da Rússia” (G1.com, nov. 2019).
Essas são algumas das manchetes que envolvem Venezuela e Haiti nos principais portais do Brasil. Diante do desespero, amor pela sua família e a busca de um futuro mais prospero. Venezuelanos e haitianos encontraram em Cordeirópolis a esperança e a oportunidade de recomeçar. Nesta edição de final de ano do Portal Je10, contamos a história de alguns imigrantes que estão em nossa cidade. Vamos mergulhar em suas vidas, seus sonhos e a luta constante para se firmar, buscar o respeito e o carinho de todos. Por outro lado, vamos entender os desafios da administração e o que vem sendo feito para receber essas pessoas.
HAITI: UMA NAÇÃO EM GUERRA DE UM POVO TRABALHADOR
O Haiti é um país caribenho que está situado na América Central. Tendo uma população aproximada de 10,1 milhões de habitantes. A nação viveu ao longo dos anos diversos golpes militares, e imposições ditatoriais. Atualmente a instabilidade política e a perseguição a opositores fez com que a ONU (Organização das Nações Unidas) intervisse no país para aplicar uma ação de pacificação.
Diante de tudo isso, alguns deles visam o Brasil para o seu recomeço e deixam a família, os filhos e amigos para buscar uma renda e na mala a promessa que irá buscar um futuro melhor para todos. Como é o caso de Donald Brice, NayderOccil, JodanyDesir, WiltaireBrice e Frantz Dorcena. Que chegaram aqui através de contatos de outros haitianos e para conhecer todos eles nós fomos até a ZEUS Design, uma empresa do ramo da construção civil que preza pela exclusividade dos seus produtos. A proprietária da empresa, Fabiana Correia, nos conta que sempre prezou pela vontade e dedicação de seus contratados e que os haitianos desenvolvem um papel fundamental e de dedicação.
“Há quatro anos quando estávamos em Rio Claro, começaram aparecer diversos haitianos na cidade. No começo foi bem difícil por causa da língua, só que a gente percebeu que eles tinham um compromisso muito sério quando assumiam a responsabilidade no trabalho e a partir deste momento começamos a dar a oportunidades para eles. Neste período de dois anos que estamos em Cordeirópolis nós trouxemos dois de lá com a gente e como eles tem diversos grupos de whatsapp, eles sempre estão procurando ajudar uns aos outros. Então, reservamos uma quantidade para eles, além desses cinco que temos por aqui, vários outros já fizeram parte do nosso quadro” conta ela.
Como conta, Donald Brice, o apoio do seu irmão WiltaireBrice, foi primordial para conhecer o Brasil e mudar-se para cá. Tudo aconteceu através de um telefonema e o apoio de outros haitianos que já estavam aqui. Ele conta os passos até chegar e o que deve que abandonar para reconstruir sua vida.
“Foi um convite do meu irmão, e dei início a toda documentação e solicitei o visto para que pudesse entrar aqui. Então depois disso, eu conversei com ele e ele me ajudou muito e assim eu cheguei aqui. Mas, eu deixei dois irmãos no Haiti e minha esposa também, hoje eu estou trabalhando para trazer para cá, sabe é muito difícil, estou há dois anos aqui as passagens são muito caras e sinto muita falta dela”, conta ele sorrindo.
A saudade que aperta o coração de Donald Brice, também atinge Frantz Darcena, que conseguiu trazer a mulher para cá. Mas, deixou seu filho ainda no Haiti que tem apenas três anos.
“Sentimos muita falta, agora quero trazer ele. Minha família e da minha esposa cuidam dele lá. Mas, a saudade sempre aperta. Uma passagem custa 7 mil reais. Soubemos que o avião trás crianças também, mas tem um valor extra. Não vai ser fácil, mas estamos trabalhando para isso, amamos muito ele”, contou ele emocionado.
O Haiti, foi considerado o país mais pobre da América Latina. Sendo que, 80% da sua população vive na pobreza com menos de dois dólares por dia. O primeiro país de república negra a declarar sua independência, o Haiti tem uma expectativa de vida de apenas 60. Na educação, 38% da sua população é analfabeta. Porém, apesar de tudo isso, JordanyDesir, vai na contramão das dificuldades e usa o estudo e as oportunidades oferecidas pelo poder executivo do município para crescer e se firmar. Ele chegou no Brasil há dois anos e conta como aprendeu português e mergulhou na nossa cultura.
“Eu vejo que os jovens no Brasil, não sabem aproveitar as oportunidades. Se tivéssemos essas coisas no Haiti, seria muito melhor, lá não temos nada disso. Então, eu faço os cursos e sempre busco o melhor para mim. Quando eu cheguei aqui, eu baixei o aplicativo português-francês e então as pessoas falavam e comecei a guardar bastante palavras na minha cabeça. Sabe, eu estava tranquilo no Haiti e quando você é jovem, você quer oportunidades maiores e o que eu quero para mim, eu não consigo encontrar. Eu tenho minha família no Canada e nos Estados Unidos e quando eu pesquisei sobre o Brasil na internet. Eu fiquei gostei muito e resolvi vim para cá, eu me vejo morando aqui e sendo um brasileiro”, contou ele.
A hospitalidade, a alegria e a comida. Apesar, dos 4.311 KM entre Brasil e Haiti e a diferença financeira, ambos os países carregam em seu DNA a igualdade cultural. É o que conta, NayderOccil, que é um dos refugiados do grupo. Ele deixou o Haiti e foi para o Chile, onde sofreu diversos preconceitos e encontrou no calor do nosso povo uma chance de retomada. Agora, ele busca regularizar sua documentação e se tornar um cidadão legal.
“Sinto saudades das festas, lá tínhamos mais festa e gostávamos muito de dançar. Mas no Brasil é bem legal também, a nossa cultura é bem igual até na forma de dançar. Quando eu quis sair do Chile, por diversas questões, eu sabia que poderia contar com as pessoas daqui, pois me sinto em casa. Me vejo morando aqui, enquanto eu estiver trabalhando, eu vejo meu futuro aqui” finalizou ele.
DO DESESPERO VENEZUELANO, PARA A PAZ DO INTERIOR BRASILEIRO
A Venezuela enfrenta hoje, uma das suas maiores crises econômicas da sua história. O país vive intensos confrontos políticos. A permanência de Maduro no poder, e Juan Guidó se declarando como presidente interino no país. Situação que racham mais ainda a Venezuela e decretam a falência. Para se ter uma idéia com 100 euros é possível alugar um apartamento bem localizado por um mês, alugar um carro conversível por dias e pagar a gasolina e jantar nos melhores restaurantes do país.
Diante de todas as dificuldades, a situação ainda se agrava quando se tem um filho autista, já que falta o básico. Pensando nisso e na situação de sua família, Christians Rojas decidiu-se mudar para o Brasil, e reencontrou em Cordeirópolis a paz e a chance de recomeçar.
“Somos membros da família venezuelana da igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos dias. Atualmente, nosso país vive um caos histórico e está na pior das hipóteses, e é por isso que decidimos emigrar para dar a nossos filhos um futuro melhor e um novo começo. Nosso filho mais velho tem autismo leve, onde na Venezuela não há atenção e não conseguimos oferecer o melhor para ele”, contou.
Além do filho, a família Rojas ainda é composta por dois menino e uma menina. Para chegar a Cordeirópolis, a família contou com a ajuda de amigos e da igreja. Foram 8 dias de viagem entre ônibus e avião. Ao chegar a Cordeirópolis, Christians conta que se impressionou com a receptividade de todos.
“Não tive nenhum problema as pessoas aqui são muito receptivas. Cordeirópolis é uma cidade legal para morar e principalmente para os nossos filhos. Nós estamos muito abençoados no Brasil. Ainda não se acostumamos com a comida, por que, é muito diferença da nossa e o idioma que estou aprendendo”, detalha o pai.
O APOIO E AS BOAS VINDAS
Na expectativa do crescimento da população imigratória em Cordeirópolis, a secretária da Mulher e Desenvolvimento Social, Márcia Carron, explica que a administração vem tomando ações de boas vindas e receptividades com os imigrantes da nossa cidade.
“Uma das seguranças afiançadas pela assistência social, é a acolhida. Então, todo o imigrante que chega em Cordeirópolis, ele é acolhido. Depois disso, nós realizamos essa busca de conversa, retomada e uma série de questionamento para que possamos entender toda a história. Vamos em busca de colocar essa pessoa no mercado de trabalho, além disso, á uma conversa com todas as outras pastas. Mostrando assim, todos os programas que temos disponíveis. Quando ele está empregado, nós realizamos o acompanhamento juntamente com a empresa para ver como a pessoa está. Se ele tem família nós já entramos em contato com os outros equipamentos sociais para dizer que a pessoa está aqui e que precisa ser acolhida.Tudo isso acontece até o ponto que observamos que ela já está apta a dar seus próprios passos. Porém, sempre salientamos que a secretaria sempre estará de portas abertas”, explica ela.
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Vamos para Praça?
Aqui, está o coração da nossa cidade. Você pode encontrar diversos comércios entorno dela. São sorveterias de décadas, outras mais novas e diversas outras opções. É um grande ponto de encontro da nossa cidade em grandes eventos, como o Carnaval e a Festa do Padre.
Allons à la Place?
Voici, c’est le cœur de notre ville. Vous pouvez trouvez beaucoup de magasins et marchés autour d’elle. Ce sont de traditionnelles magasins de crème glacée, mais il y a aussi des nouvelles, juste comme d’autres bonnes options. C’est un excellent point du rencontre d’ici pour grands événements, comme le Carnaval et la fête religieuse (festa do padre)
Vamos alaplaza?
Aquí está el corazón de nuestra ciudad. Puedes encontrar vários oficios a sualrededor. Sonheladerías de décadas, más nuevas y varias otras opciones. Es um gran punto de encuentro de nuestra ciudad en eventos importantes, como el Carnaval y la Fiesta del Padre.
Bairro do Cascalho
Um bairro construído através da garra do povo africano e imigração italiana. O bairro do Cascalho é recheado de lugares de paz e faz parte da história do nosso povo. Vale a visita, é uma imersão ao nosso DNA.
Barrio do “Cascalho”
Um barrio construido a través de La comprensión Del pueblo africano y La inmigración italiana. El barrio de Gravel está lleno de lugares tranquilos y es parte de La historia de nuestra gente. Vale la pena visitar, es una inmersión em nuestro DNA
Quartier du Cascalho
C’est un quartier construit avec la force et trempe du peuple africain et l’immigrants italiens. Ce quartier y a des lieux calmes et il est part de l’histoire de notre peuple. C’est une bonne sortie, il est comme un peu de notre DNA.
Lago União
Sinta, respire e pesque. Aqui é um pedaço do nosso interior no meio da cidade. Leve sua família para passear em um final de tarde e sente em algum banco para curtir a natureza.
Lac União
Sentez, respirez et pêchez. Voici un peu de notre intérieur au centre de la ville. Profiter avec votre famille à la fin du jour et asseyez-vous sur un banc pour apprécier la nature. “Lago União”
Siente, respira y pesca. Aquí hay um pedazo de nuestro interior em el medio de La ciudad. Lleva a tu familia a caminar por La noche y siénta te en un banco para disfrutar de La naturaleza.
Texto em francês: Maitê Jacob
Textos em espanhol: Google Tradutor