Dúvida ou verdade? Cordeirópolis vive um impasse sobre dívidas e cancelamento do Carnaval

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O cenário político de Cordeirópolis ganhou um novo capítulo após o cancelamento do Carnaval de 2025, anunciado pela prefeita Cristina Saad. A justificativa oficial foi clara: o alto endividamento herdado da gestão anterior inviabilizou o evento. No entanto, a situação divide opiniões e expõe um embate de informações entre a atual administração e a equipe do ex-prefeito Adinan Ortolan.

Atual gestão alega dívida de R$ 29 milhões

Loja Barbosa (3)

Desde o início de seu mandato, Cristina Saad tem declarado à imprensa que o município enfrenta uma situação financeira crítica, com dívidas significativas em diversas áreas. Segundo a Prefeitura, os débitos somam R$ 29 milhões, distribuídos entre serviços essenciais e compromissos trabalhistas. Entre os exemplos listados estão:

  • Coleta de lixo e limpeza: R$ 4,070 milhões;
  • Obras do Hospital: R$ 4,1 milhões;
  • Energia elétrica: R$ 1,981 milhões;
  • Medicamentos: R$ 697,5 mil.
  • - Entidades 3º Setor: R$ 184 mil (repasse a partir de fevereiro)
  • - Telefonia: R$ 185.204,00 (dívida parcelada)
  • - Precatórios trabalhistas de 2024: R$ 2.776.143,00 (dívida parcelada)
  • - Energia elétrica: R$ 1.981.468,00 (dívida parcelada)
  • - Consórcio Intermunicipal: R$ 1.475.076,00 (em negociação)
  • - Cesta Básica: R$ 348 mil (dívida parcelada)
  • - INSS Patronal (novembro e 13º): R$ 1.274.658,00 (pagamento programado)
  • - INSS Quota Empregados (novembro e 13º): R$ 1.222.121,00 (pago em janeiro)
  • - Merenda: R$ 385.420,00 (em negociação)

Ainda segundo a gestão, todos os esforços estão sendo concentrados em negociações com fornecedores e no parcelamento de dívidas, o que impossibilita a realização do Carnaval, que só deve voltar em 2026.

Gestão anterior rebate

Já a assessoria do ex-prefeito Adinan Ortolan apresenta outra perspectiva. Em contato com a imprensa, a gestão anterior reconhece a existência de R$ 24 milhões em restos a pagar, mas argumenta que deixou mais de R$ 20 milhões em caixa, com grande parte dos recursos vinculados a convênios. Segundo a assessoria, o montante seria suficiente para honrar os compromissos e realizar o Carnaval.

A assessoria  também destacou que os restos a pagar são resultado de investimentos robustos em obras estruturais, como a represa e o hospital, e que essas dívidas estavam previstas no orçamento de 2025. Além disso, houve aumento na receita municipal devido ao recadastramento de imóveis, o que ampliou a arrecadação do IPTU.

“A atual gestão tinha pleno conhecimento da situação financeira, até porque muitos dos envolvidos, como a própria prefeita, integraram a administração anterior em posições de destaque. Se a promessa de Carnaval foi feita na campanha, por que agora dizem que não há recursos?”, informou.

Quem estava no comando?

Um ponto que gera reflexão é o fato de que muitos dos atores da política atual faziam parte da gestão anterior, inclusive o atual vice-prefeito Anderson Hespanhol (Pique), que era opositor na Câmara e agora compõe a situação. A própria Cristina Saad atuou como diretora geral da Câmara na época, enquanto outros membros ocupavam cargos estratégicos, como Denis Suidedos, que esteve na Prefeitura até meados de 2024.

A população também se pergunta sobre o papel do Legislativo na época. Se havia dívidas, por que os vereadores, que tinham a função de fiscalizar, não alertaram antes? Isso inclui nomes como a ex-vereadora Neusa Damélio, Paulo Moraes e o próprio vice-prefeito, que são servidores públicos e supostamente teriam experiência para identificar problemas financeiros.

Cancelamento e reflexões

O cancelamento do Carnaval escancara um embate de narrativas e deixa o eleitorado dividido. Se há dívidas, elas precisam ser sanadas. Mas a principal dúvida é: onde está a verdade? A gestão atual argumenta que o endividamento é inviável, enquanto a anterior sustenta que deixou condições para os pagamentos.

Resta ao cidadão refletir: é falta de planejamento, ou apenas uma mudança nas prioridades da administração? Afinal, se promessas foram feitas, por que agora não são cumpridas? A resposta pode estar na forma como os recursos serão destinados daqui para frente. Quem tem razão: quem fala das dívidas ou quem nega sua gravidade? A questão segue em aberto.

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