Entidades e escolas se reúnem para definir métodos de combate às drogas

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Com a finalidade em traçar metas para executar trabalhos de combate às drogas em Cordeirópolis, é que aconteceu uma reunião no dia 26 de abril no CCI, promovida pelo Conselho Tutelar.
Para ministrar a reunião esteve presente Glaucia Maria Beinotti, escrivã da polícia da seccional de Rio Claro há 24 anos, onde atua no setor de estatísticas, é célula de prevenção ao uso de drogas e é habilitada pelo Denarc de São Paulo, que é um departamento que cuida da repreensão ao narcotráfico e dentro desse há o Dipe (Divisão de Prevenção e Educação no combate às drogas).
“Hoje foi o início de um conselho para unir forças para que seja combatido o tráfico e a prevenção do uso de drogas, pois a prevenção é mais fácil do que tratar, já que o tratamento é caro e doloroso, e quanto mais cedo a prevenção existir dentro da família com os filhos ainda pequenos, com certeza essa criança e adolescente não terá envolvimento com a droga”, salientou Glaucia.
Durante o encontro, a palavra chave que todos resumiam a problemática das drogas foi a família. Diretores e representantes de entidades relatavam experiências diárias, onde a raiz do problema vinha da família que por vezes não está estruturada.
De acordo com a norma básica que regula a proteção das crianças e adolescentes no país está estampada no art. 227 da Constituição Federal Brasileira de 1988 que estipula que: “é dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança , ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. 
Por sua vez, regulamentando mais detalhadamente a questão, o artigo 22, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é claro ao referir sobre os deveres dos pais: “Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais”. Daí, à primeira vista, importante se considerar que, a despeito das obrigações do Estado, autoridades e sociedade como um todo, cabe aos pais a responsabilidade mais direta quanto aos filhos, até porque são destes dependentes.
O que se tem visto hoje em muitos casos, infelizmente, é justamente o não atendimento destes preceitos legais. O que há, no mais das vezes, é uma nítida inversão de valores, na medida em que vários pais, ao “colocarem os filhos no mundo”, pensam que devem atribuir suas responsabilidades para as creches, professores, conselheiros tutelares, autoridades constituídas incluindo-se até mesmo a polícia. Isto porque, não raro, mães acorrem até as delegacias ou varas da infância e juventude pedindo para que estas autoridades “dêem um jeito em seus filhos”.
Para o sargento da polícia militar, Jonatas Vilella, o papel da polícia é repreender o tráfico, se as crianças e famílias estão “doentes” já é uma questão de saúde pública que necessita de outros caminhos:
 “A problemática está com as famílias desestruturadas que acabam repassando sua responsabilidade às escolas e entidades. Já o que compete a Polícia Militar é fazer a ronda escolar para coibir a venda de drogas e bebidas na área externa. Aluno não deve ficar à frente da escola, chegou deve entrar, se não é aluno não tem que aglomerar em frente do local, e no caso de pedidos do diretor da escola, que é a autoridade maior da instituição escolar, realizamos visitas internas como forma de diálogos com os alunos. Somente esse ano, de fevereiro a março estivemos 53 vezes na escola Jamil a pedido da direção com o objetivo de prevenção”, contou o sargento. 
 
Como forma em amenizar o problema no Jamil, os representantes da escola afirmaram que tomaram a medida em trazer pais voluntários dentro da escola. “Temos 1200 alunos e diante da falta de inspetores tomamos essa iniciativa: firmamos um termo assinado com sete pais voluntários e já sentimos um saldo positivo”, explicou a diretora. 
De acordo com a escrivã Glaucia, a reunião foi positiva pelo interesse de todos os presentes em atuar no grupo e fazer o trabalho em conjunto.
 “A família é a responsável pela criação desses filhos, não podemos simplesmente ter um filho e achar que o mundo irá cria-lo, a família é responsável por educa-lo, é o espelho dessas crianças e o conselho que dou, é fazer uma vigilância naquilo que fazem diariamente, de forma que reflitam a respeito dos comportamentos que acontecem dentro da própria casa, pois a criança fará o que presencia no lar achando normal, o qual fará fora dela também e muitas vezes partem para um caminho errado. A nossa constituição federal diz sobre a responsabilidade dos pais perante os filhos, não basta apenas tê-los, mas sim cria-los de forma digna, com muito amor e carinho”, reforçou Glaucia.  
Para o secretário de Governo Nivaldo Menezes, a união é que fortalecerá e chegará a um resultado positivo.
“Este primeiro encontro foi muito produtivo, pois todos estão preocupados e empenhados a trabalhar em combate às drogas. Dessa reunião surgiu um grupo de trabalho em todas as esferas que abrangem: Prefeitura, Polícia Civil, Militar, Guarda Municipal, Conselho Tutelar, Creas, Secretarias e escolas municipais e estaduais. Em conversa com a vice prefeita Fátima Celin, já há uma lei municipal de combate às drogas e estabeleceremos com esse grupo que terá em torno de 20 pessoas, para atuar nesse Promad (Programa Municipal Antidrogas)”, explicou Nivaldo Menezes.
 Estiveram presentes representantes de entidades como CREAS, Conselho Tutelar, vereadores, GEV (Grupo Esperança Viva), bem como representantes das polícias: civil, militar, guarda municipal, além da vice-prefeita Fátima Celin, secretários e diretoras de escolas municipais e estaduais.
 
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