Prefeitura afirma que o CACO não será fechado e que transição com Unimed será gradual
Famílias de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) procuraram a redação do Portal JE10 nesta semana para expressar preocupação com o futuro dos atendimentos oferecidos pelo Centro de Atendimento ao Autismo de Cordeirópolis (CACO). A apreensão surgiu após informações não oficiais circularem entre os usuários do serviço, indicando que parte dos atendimentos seria descontinuada ou redirecionada para outros espaços da rede municipal.
O principal ponto relatado por mães ouvidas pela reportagem diz respeito aos usuários com convênio médico da Unimed. Segundo elas, há informações de que esses pacientes deixarão de ser atendidos pelo CACO e passarão a receber atendimento em outra unidade vinculada à operadora, o que gerou insegurança entre as famílias que já vinham acompanhando seus filhos no centro municipal, já que segundo elas, o plano não cobre as terapias e isso geraria um custo alto às familias.
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As mães também apontaram a diminuição no número de profissionais especializados nos atendimentos oferecidos, o que, de acordo com elas, tem impactado a continuidade e a qualidade do tratamento. Em resposta aos questionamentos da reportagem, a Prefeitura de Cordeirópolis enviou nota oficial negando o encerramento das atividades do CACO e afirmando que a mudança será feita de forma planejada:
“A Secretaria de Saúde esclarece que o CACo não será fechado. A Unimed, que já possui pacientes sendo atendidos no centro, inaugurará um novo espaço de atendimento em Cordeirópolis com previsão de início para agosto. Os pacientes com plano Unimed passarão a ser atendidos neste novo centro. O CACo continuará atendendo os demais usuários da rede pública. A transição será feita gradualmente, sem prejuízo aos pacientes, com contato prévio realizado pela própria operadora”.
Ainda segundo o comunicado, a criação do novo centro pela Unimed foi uma exigência prevista no edital de contratação do plano médico dos servidores públicos. A Secretaria de Saúde informou que está alinhando a transição com a operadora, de forma a manter o padrão dos atendimentos.
Apesar da nota da Prefeitura, algumas mães relataram que realizaram um abaixo-assinado com o objetivo de evitar possíveis encerramentos ou alterações bruscas no modelo atual de atendimento. Segundo elas, o documento seria encaminhado ao Ministério Público, embora não haja confirmação oficial do envio.
Outras mães também informaram que alguns alunos poderiam ser direcionados para atendimento dentro das escolas da rede municipal. No entanto, relataram que, devido à alta demanda, os profissionais têm enfrentado sobrecarga, o que impacta a efetividade dos acompanhamentos.
Entenda o que é o CACO
O Centro de Atendimento ao Autismo de Cordeirópolis (CACO) foi criado em abril de 2024 como resposta a uma demanda crescente por serviços especializados para crianças com TEA. Antes disso, a APAE já prestava parte desses atendimentos, mas não conseguia atender toda a fila de espera. A estruturação do centro se deu após a atuação do Ministério Público, por meio da promotora Dra. Aline Moraes, que acionou a Prefeitura para garantir o direito ao atendimento.
A criação do CACO foi vista como um avanço na política de atenção à neurodiversidade, com profissionais capacitados no método ABA e uma empresa terceirizada especializada, atendendo cerca de 80 crianças. No entanto, a demanda continuou crescendo e há fila de espera.
Cada atendimento realizado contempla múltiplas sessões terapêuticas por mês, com profissionais habilitados. Alterações no formato atual, segundo familiares, devem ser cuidadosamente avaliadas para que não gerem prejuízos ao desenvolvimento das crianças.
O Portal JE10 segue acompanhando o tema e reafirma seu compromisso de ouvir todas as partes envolvidas, buscando sempre a transparência e o diálogo responsável com a comunidade.
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