Foi em meio aos dias silenciosos e de incertezas da pandemia que o professor e ex-secretário de Educação de Iracemápolis, José Zanardo, descobriu uma nova paixão: o bordado.
A história começou em um dos períodos mais desafiadores para todos: a pandemia. “Eu estava em casa, com tempo de sobra e sem saber como ocupar a mente. Foi quando me lembrei de quando era criança e ajudava minha irmã e uma vizinha, Dona Anita, a bordar pequenas peças para bebê, enrolando fitas num palito de fósforo. Aquilo ficou guardado na memória”, relembra o professor.
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Movido por essa lembrança de infância, Zanardo decidiu investigar se a técnica ainda existia. “Pesquisando na internet, descobri um universo inteiro de bordado tradicional, em várias partes do Brasil, Europa e até da Ásia. Percebi que muitas pessoas faziam do bordado uma verdadeira arte”, conta.
Sem perder tempo, encomendou pela internet todo o material: bastidor, linhas, agulhas e tecidos. “Comprei algodão para meu primeiro trabalho. Não tinha ideia se ia dar certo, mas foi como um momento mágico. Eu não ensaiei, simplesmente comecei. E quando vi, meu primeiro bordado estava pronto”, lembra emocionado.
A partir daí, o hobby virou paixão. “Passei a assistir várias aulas online e comecei a desenvolver meu próprio estilo. Fiquei fascinado pelo ponto cheio, principalmente na horizontal. Passei horas e horas buscando a perfeição em cada detalhe”, explica.
Zanardo tem predileção por bordar flores, principalmente margaridas do campo — que hoje lotam seu celular em forma de inspiração. Seu trabalho evoluiu tanto que ele criou a logomarca ‘Encanto das Linhas’, além de carimbos e embalagens que dão um toque de charme às suas peças.
Hoje, já são cinco anos desde aquele primeiro ponto, e Zanardo segue evoluindo. Depois de muita resistência, com o incentivo das amigas e artesãs Marina e Rosana Neves (a Fofa), ele foi convencido a levar seus bordados para a Feira de Artesanato de Iracemápolis.
O sucesso veio acompanhado de curiosidade do público: “Muitos perguntam: ‘Homem também borda?’ ou ‘É bordado à máquina?’. Outros querem saber de onde tiro tanta paciência. E a verdade é que aprendi tudo sozinho, com vídeos no YouTube, buscando uma forma de passar pelo isolamento da pandemia”, relata, com um sorriso.
Hoje, mais que um passatempo, o bordado é parte da vida de Zanardo. “É um momento de conexão comigo mesmo. A arte me deu equilíbrio, uma nova forma de expressão. Quem diria que, depois de anos dedicados à Educação, eu acabaria ensinando outra lição: que o aprendizado não tem idade.”
Hoje, o trabalho de Zanardo inspira outros e ajuda a valorizar o artesanato local. O professor que um dia ensinava em sala de aula agora ensina, com seus bordados, que a vida sempre pode florescer de novos jeitos.
O Portal JE10 continuará acompanhando as histórias inspiradoras como a de José Zanardo, que mostram como a criatividade e a arte são capazes de transformar vidas — e, quem sabe, inspirar novas mãos a seguirem pelo encantador mundo das linhas.
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