Depois de um tempo em silêncio na praça, onde se ouvia apenas os barulhos dos automóveis é que o coreto da Praça Comendador Jamil Abrahão Saad, retomou sua função musical para a população.
Todos os dias a partir das 9hs quem passar pela praça central irá ouvir além do movimento das ruas, as músicas. O sistema de alto falante traz uma trajetória que já perdura há décadas.
De acordo com documentários relatados pelo historiador Paulo César Tamiazo, o coreto foi reformado e sua inauguração se deu em 28 de março de 1937, onde após as devidas comemorações festivas vem o “toque de modernidade”, expresso na reportagem da época do Jornal “Estado de São Paulo”. O dia consistiu em discursos irradiados pelos alto-falantes instalados no coreto e que faziam parte do “aparelho de radio vitrola elétrica” destinado ao serviço musical, em substituição à corporação musical.
Portanto, somente em registros, os serviços de alto falantes da praça já são 80 anos, sem contar os anos que não foram anotados.
Para muitos casais cordeiropolenses há memórias indescritíveis, como é o caso do aposentado José Carlos Berg, 65 anos que hoje está a frente dos musicais do coreto.
Berg conta que iniciou no coreto nos anos 70, primeiramente prestando serviços de consertos nos aparelhos, passando a se familiarizar com o som fazendo programas musicais.
“Eu e o Marcos Barroca fazíamos um horário com diversidades musicais , o “Voo Livre”. Aqui na praça tocávamos de tudo um pouco, os casais sempre pediam as musicas para oferecer e inclusive me recordo da musica que eu conheci minha esposa, era do Raul Seixas, Gita”, contou Berg.
Berg, conta ainda que trabalhou junto com o radialista Ivair Cabrine e o alto falante era a única rádio da cidade.
Devido a importância em não deixar no esquecimento as histórias que envolvem o Coreto da Praça, é que o aposentado a pedido do prefeito Adinan Ortolan e do secretário de Cultura e Governo, Nivaldo Menezes, está todos os dias dispondo do seu conhecimento para trazer aos transeuntes locais o som à praça central.
“Comecei em fevereiro arrumando os equipamentos, pois estavam todos quebrados e também fico monitorando os decibéis permitidos, dentro do que rege a Lei da Anatel”, contou Berg.
Para projetos futuros, Berg conta que pretende utilizar o espaço para utilidades públicas.
“Aqui se tornaria um ponto de referência ao cidadão, para anunciar a perda ou encontro de chaves ou documentos, que é muito comum, e anunciaremos no alto falantes”, finalizou Berg.